sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Felipão é destaque na sétima edição da Revista Forrózando

Entrevista completa de Felipão a revista Forrózando.
Um sonho:
"Ver minhas músicas, idéias e composições cada vez mais difundidas pelo Brasil e quem sabe pelo exterior. Ainda tenho muita coisa para mostrar e muita musicalidade para fluir."

O início:
O meu início foi numa fase em que o forró era discriminado, um estilo musical apreciado por um público menos favorecido. Por isso sofri preconceito com amigos, família e escola. A idéia de parar de estudar para se dedicar ao mundo do forró gerou desconforto na minha família. Mas, enfrentei o preconceito de todos os lados.
Morar em um ônibus:
"É a parte mais complicada. Cantar é maravilhoso. O ruim é o corre-corre. É você sair de um dia agitado e ainda ter que rodar 1000 quilômetros de estrada e passar até 20 horas dentro de ônibus. Quando o show termina tarde os restaurantes estão fechados e a banda acaba sem ter onde comer. Só nos resta então voltar pro ônibus e seguir viagem. Eu desço do palco completamente suado e só coloco um short pra relaxar um pouco. Jantar? Só depois do show. Não dá tempo!"

Vida de casado:
"Eu não troco pela vida de solteiro. Só quem sabe o bom de estar casado é quem vive o novo momento. Tem momentos felizes que marcam. Como todo relacionamentotem os problemas, as brigas, confusões e diferenças. Mas mesmo assim não se comparam com os momentos da alegria de solteiro. A vida de solteiro é muito vazia. Apesar de estar curtindo, brincando, você está sempre querendo algo mais. Você se sente incompleto. Casamento não é só a esposa é o lar, os filhos, os projetos a dois. Ser casado é sem dúvida, ter uma vida mais preenchida, mais completa. Eu recomendo!"

Vaidade:
"Não sou vaidoso. Gosto do estilo despojado. Uso a roupa que me deixa bem. Hoje em dia já me preocupo mais com minhas roupas. Antes andava meio largado. Mas com o sucesso e o reconhecimento dos fãs, sou flagrado por onde eu ando e os fãs me pedem pra tirar fotos. Então tenho que me preocupar com minha imagem. Se eu tivesse que cantar preocupado apenas com o físico e com a imagem eu não me consideraria um artista."

Reconhecimento:
"Ver até onde nosso trabalho prosperou. Sentir cada raiz plantada ,cada semente brotada e o terreno em que foi colhido. O sonho do sucesso no Nordeste foi concretizado. Em estados como Paraíba, Maranhão, Rio Grande do Norte e Pará o nosso trabalho é bastante reconhecido. Essa parte compensa, paga tudo! Às vezes você está cheio de problemas: solidão, saudade, triste demais aí chega a hora do show e você se depara com 12.000 pessoas. Na mesma hora o astral muda. É muito gratificante saber que não existe limite de faixa etária para curtir o Felipão. Idosos e crianças curtem o meu trabalho. Ser fruto da alegria, da emoção e levar satisfação ao público é sem dúvidas a melhor parte. Muitas vezes fãs se aproximam para me contar que estavam doentes, internados e mesmo assim não deixavam de assistir o dvd do Felipão para relaxar e diminuir a angústia. Então,isso passa a ser uma grande responsabilidade. Você se torna um remédio."

Ser pai:
"É bonito! Você muda e amadurece! Quando a criança nasce você deixa de fazer um monte de coisas que gostava e que deixam de ser prazerosas. É incrível. Sabe aqueles momentos de jovem que você perde horas e horas no computador. Tudo isso passa! De uma hora pra outra você amadurece. Uma vez a Yanna(esposa) me disse:"Amor,a Larissa está doente". Aquilo me deu um aperto no coração. Uma sensação que eu nunca tinha sentido antes. Muita gente pensa que o homem não tem percepção de ser pai. Quando a criança chega você sente um pedaço do seu corpo ali."

Solidão:
"No show com um público de 50 a 70 mil pessoas gritando você se sente completo. Você se considera um ídolo intocável que ninguém consegue chegar perto. Mesmo assim estão todos ao seu redor. O evento termina as luzes do palco se apagam naquele momento você sente um vazio e vem à tona a solidão. Dentro do ônibus cada um dos integrantes curte seu momento de cansaço aliado a pensamentos e saudades. Todos sentem falta de casa, do filho, da esposa, da cama, enfim.Vida de cantor não é só curtição!"

Um lugar sem compromisso:
"A minha casa. Lá é o lugar onde esqueço tudo. Um lugar que não exige cobrança, onde eu zero tudo! Tiro o traje do Felipão para renovar as energias. Em casa não preciso me preocupar. Fico a vontade!"

Fé:
"É o sustento de tudo. É a paz. É o que segura, é o que dá força. Eu tenho desde pequeno um vínculo muito grande com Deus. É como se eu fosse um filho que ele trata com mais cuidado. Eu sinto isso! Eu rezo, eu converso, eu escrevo. Tenho a presença de Deus muito forte na minha vida. Isso me dá força para trabalhar, para ter confiança no que eu quero e no que eu sonho. É o que me faz ser forte para não ter medo e para não desistir."

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