sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Bate-Papo com Felipão.


1 - Durante o show, você não pára. Sorri, canta, dança, conversa com as pessoas. De onde vem tanta energia, tanta simpatia?

Felipão - É natural. Cabe ao artista tratar as pessoas desse jeito. Antes de tudo, eu era forrozeiro. Desde pequeno. Eu vi a galera cantar lá em cima e parecia que não tinha ninguém embaixo. Nem olhava. Eu não consigo ver uma pessoa estendendo a mão pra mim e eu não ir lá e pegar. Ela tá querendo falar comigo, não tá? Se a pessoa levanta a mão 10 vezes, eu vou lá e pego 10 vezes.

2 - E o uso do chapéu?

Felipão - Ah, o chapéu é uma glória e um problema. Glória porque marcou e todo mundo agora quer o chapéu. A gente estava numa fase em que todo mundo estava tirando chapéu e botando boné. E eu continuei com o chapéu. Na época que eu era forrozeiro, era moda. Aí passou. Só que eu continuei usando porque eu gostava muito de chapéu. Eu acho que eu ia pra missa de chapéu. (risos) E hoje eu tenho vontade de tirar o chapéu.

3 - Por quê? Não é uma marca?

Felipão - Eu queria que o Felipão fosse visto também sem chapéu. De boné, de touca, de cabelo rastafari, de tudo. Não é só o chapéu. A galera diz: "Eu só quero tirar a foto se for com o chapéu". Aí, eu digo: "Pois eu vou pegar o chapéu pra você tirar a foto você e o chapéu". (risos) Ficou essa imagem. E eu não queria.

4 -Mas o Felipão sem chapéu não é outra pessoa?

Felipão - É e não é. O pessoal diz: "Cadê o chapéu?". Aí, eu: "Rapaz, eu quero saber se o chapéu canta sozinho" (risos). Eu boto pra cantar. "Vai lá, faz teu show que depois eu faço o meu". Mas eu noto que, pra ter a brincadeira, tem que ter o chapéu. Quando eu tiro o chapéu, eu fico doidinho. É uma identidade do forrozeiro. Mas no dia-a-dia, eu não ando de chapéu.

5 - Você, além de querido pelas mulheres é também admirado pelos homens.
Felipão - Tem homem que leva a mulher pra tirar foto. No começo, a gente tinha uma barreira. Era só mulher na frente do palco e os homens tudo atrás. Nos lugares onde não sou tão conhecido, ainda tem. Mas eu não tô ali pra olhar pra mulher de ninguém, pra dizer "eu sou o bonitão" Não. Eu tô ali pra divertir a galera e os bonitões são eles. Eu tô ali mesmo só pra fazer alegria. Falo com homem, falo com mulher e brinco. Tento passar esse carinho pras duas partes e não ter esse tipo de preconceito, de divisão.

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